Férias escolares: presença ou distração?
- Cristiane Ferreira Psicóloga
- 8 de jul.
- 2 min de leitura

As férias escolares são, para muitas famílias, uma oportunidade de desacelerar, criar memórias e fortalecer vínculos. Mas há uma pergunta que tem pairado em muitos lares — inclusive entre aqueles que buscam uma educação mais consciente para seus filhos: nas férias, quem está mais presente — você ou a tela?
É comum, no meu consultório, ouvir pais aflitos com o uso excessivo de celulares, videogames ou apostas online — tanto por parte dos filhos quanto deles próprios. Mais do que um problema isolado de tempo de tela, o que se revela com frequência é um cenário de desconexão emocional: famílias que, embora fisicamente próximas, estão cada vez mais distantes em presença, afeto e diálogo.
A dependência tecnológica não se trata apenas de uma questão de limites — mas de sentido. Quando os dispositivos começam a ocupar o lugar da conversa, do tédio criativo ou do simples "ficar junto", precisamos nos perguntar: o que estamos tentando preencher com cliques, likes e notificações?
Durante as férias, essa dinâmica se intensifica. Sem as rotinas escolares, muitas crianças ficam mais vulneráveis ao uso compulsivo de telas. E, ao mesmo tempo, muitos pais — mesmo bem-intencionados — acabam utilizando os dispositivos como forma de distração, alívio ou até silêncio temporário.
Mas o que eu proponho aqui não é culpa, e sim consciência.
Como seria reservar momentos reais de presença nas férias?
Uma refeição sem celulares à mesa.
Uma caminhada onde os olhos se encontram mais do que as notificações.
Um tempo de tédio criativo, onde o “não fazer nada” vira terreno fértil para imaginação.
Se você sente que o uso de telas tem ocupado mais espaço do que gostaria na sua família, saiba: é possível retomar as rédeas da convivência com leveza e intenção. Não se trata de cortar a tecnologia, mas de ressignificá-la.
Durante essas férias, que tal experimentar estar mais presente, com consciência, qualidade nas relações e olhos nos olhos?
Se quiser conversar sobre esse tema, ou receber orientação especializada, estou à disposição. Atendo pais, mães e famílias que desejam transformar o modo como se relacionam com a tecnologia — e entre si.



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